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Manhuaçu, Minas Gerais, Brazil
Atualmente sou Analista da Educação na Secretaria Municipal de Educação de Manhuaçu (SMEM), e também Professora de Educação Básica pela Secretaria Estadual de Educação (SEE) na área de Língua Portuguesa, lotada na E.E. Maria de Lucca Pinto Coelho. Sempre me identifiquei com a educação, filha de professora, cresci entre os livros. Sempre gostei de ler e de escrever . Durante a minha formação em magistério de 1º grau tive ótimos professores, verdadeiros mestres, que deixaram seus exemplos como ensinamento maior. Esses exemplos foram reforçados na faculdade de Letras, que cursei em Carangola – MG, mais tarde me especializando em Língua Portuguesa e Literatura em Língua Portuguesa, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Carangola; Linguística Aplicada, pela Universidade Federal de Uberlândia; e Mestrado em Estudos Linguísticos, pela Universidade Federal de Minas Gerais(UFMG). Assim, sempre cercada de bons motivos, abracei a carreira, a qual me dedico de coração.

domingo, 15 de novembro de 2009

RELATO DE EXPERIÊNCIA GESTAR ENSINO MÉDIO


RELATO DE EXPERIÊNCIA
GESTAR NO ENSINO MÉDIO

Aproveito o momento para relatar uma experiência de ensino de língua que venho desenvolvendo na E.E. Maria de Lucca Pinto Coelho, com alunos do ensino médio. Embora, o Gestar II tenha como objeto alunos das séries finais do ensino fundamental – meu objeto de trabalho via prefeitura - trabalho na rede estadual com alunos do ensino médio, e como não poderia deixar de ser, também eu me deixei contagiar pelas propostas envolventes do Gestar, sentindo-me motivada a colocá-las em prática. É essa experiência que gostaria de relatar. Desde o início do ano letivo, venho trabalhando com a leitura de contos em sala de aula. Sei que o currículo extenso das séries finais do ensino fundamental muitas vezes acaba por não deixar espaço para as leituras em voz alta, prática comum apenas às séries iniciais do ensino fundamental. Sei também que tal prática deve ter objetivos claros, uma vez que tal leitura não deve ser usada como avaliação da capacidade de compreensão do leitor. Embora atualmente algumas pesquisas já apontem para a importância do ritmo e da entonação empregados no momento da leitura como fatores de construção do sentido, a literatura registra importantes trabalhos que apontam a leitura em voz alta como uma “prática inibidora da construção de sentido”[1] que muitas vezes é utilizada pelo professor com o objetivo de avaliar a compreensão. Talvez esse caráter marginal de decodificação, tenha contribuído para que essa prática ficasse de lado, mas percebo que mesmo no ensino médio, alunos têm demonstrado dificuldade nessa que seria a primeira etapa a ser vencida para que a leitura de significados venha a ser alcançada: alguns alunos apresentam dificuldades para d-e-c-o-d-i-f-i-c-a-r. Parece absurdo, mas é real, então, em vez de lastimar, resolvi criar oportunidade para que os alunos exercitassem essa prática que, quando bem direcionada, permite ao professor perceber a habilidade de leitura desenvolvida pelo aluno, não se trata de avaliar o grau de compreensão do que se lê, sabemos que a leitura em voz alta tem outros objetivos, tais como entonação, ritmo, pontuação, decodificação mesmo. Começamos lendo na sala de aula: os alunos escolhiam os contos na biblioteca e apresentavam para a turma juntamente com a biografia do autor, durante 10 minutos, ao iniciar de cada aula de português, foi assim durante o 1º bimestre de 2009. No segundo bimestre - voltando com as ideias ainda fresquinhas do primeiro encontro do Gestar II, que enfatizou o estudo dos gêneros como a configuração de atividades de interação social, voltadas para a comunicação, motivadas pela necessidade de dizer e de atuar sobre o outro através da linguagem – coloquei em prática o projeto A HORA DO CONTO PELAS ONDAS DO RÁDIO. Então, passamos a nos preparar para a leitura na rádio comunitária local, uma estação de audiência mediana, mas que me pareceu adequada para que os alunos vissem naquela prática algo produtivo; a leitura em voz alta teria um motivo maior, que justificaria o empenho da turma: seria a nossa forma de levar à comunidade local um pouco de cultura, e por que não de entretenimento, através da leitura da vida e da obra de importantes escritores da literatura universal. O resultado superou as expectativas. Houve envolvimento da turma, considerável melhora no aproveitamento das aulas e, principalmente, no nosso relacionamento, refletindo na disciplina e no interesse do grupo pelas aulas. Ao iniciarmos o terceiro bimestre, demos início a 2ª fase do projeto, passamos para a etapa de produção de contos. A fim de direcionar e de justificar a importância do trabalho de escrita a ser realizado, apresentei aos alunos os objetivos e metas para aquela fase, destacando a necessidade de registrar os contos presentes no imaginário de nossa comunidade. Essa sabedoria popular faz parte da nossa cultura e da construção de nossa identidade, pois é passada de pai para filho, formando nossas crenças e valores. Assim, aos alunos em grupo apresentaram seus projetos de pesquisa, fizeram um levantamento dos contos presentes no imaginário popular da comunidade, gravaram vários documentários com esses populares narrando estórias, que posteriormente foram apresentados para os demais colegas, juntamente com o relatório das atividades desenvolvidas. Agora, no 4º bimestre, estamos transcrevendo os contos coletados, para a edição de um livro. Uma vez na semana (sexta-feira), as equipes apresentam a primeira versão do conto que resgataram e os demais colegas fazem sugestões para a reescrita. Tem sido uma ótima oportunidade para colocarmos em prática as noções de gramática e de construção do sentido, trabalhados durante os três primeiros bimestres. Durante os meses de novembro e dezembro os contos produzidos serão lidos na rádio local, fazendo com que a atividade de produção de texto cumpra sua função social.

A seguir apresento o projeto “A Hora do Conto: pelas ondas do rádio” 1ª fase, desenvolvido durante o 1º e 2º bimestres, seguido de sua 2ª fase, o projeto “A Hora do Conto: produzindo contos” desenvolvido durante o 3º bimestre.
[1] KLEIMAN. A.B. Leitura, ensino e pesquisa. Campinas: Pontes, 2001.

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